Páginas

quinta-feira, 19 de março de 2015

Leitura recomendada: O Método


(Phil Stutz e Barry Michels)
  
  Baseado em sessenta anos de experiência clínica em psicoanálise, os autores desse livro desenvolveram um método poderoso e profundo para fazer com que seus pacientes resolvessem seus problemas mais urgentes. Para cada ordem de problema, uma ferramenta específica é indicada para canalizar a força superior necessária para eliminá-lo. Com um pouco de prática e de fé, todo mundo é capaz de transformar seus problemas em lucro e trazer a tona uma visão mais positiva e espiritual da nossa vida e do nosso universo.

Leia um trecho:

CAPÍTULO 1 - A Revelação de um Novo Caminho

  Roberta era uma paciente de psicoterapia que, a 15 minutos da nossa primeira sessão, me fez sentir completamente ineficaz. Viera até mim com uma meta muito específica: queria parar de ficar obcecada com a infidelidade do namorado. “Eu leio as mensagens dele, faço verdadeiros interrogatórios; às vezes até vou a casa dele para espioná-lo. Nunca encontro nada, mas não consigo me controlar.” Achei que o problema dela fosse facilmente explicável pelo fato de que seu pai abandonara a família de forma abrupta quando ela era criança. Mesmo agora, aos vinte e poucos anos, ainda tinha pavor de ser abandonada. Porém, antes de podermos analisar a questão mais a fundo, ela me olhou nos olhos e exigiu: “Me diga agora como parar com essa minha obsessão. Não perca meu tempo nem meu dinheiro me explicando por que eu sou insegura – eu já sei.” Se Roberta viesse me ver hoje, eu ficaria exultante por ela saber exatamente o que queria e não teria dúvidas sobre como ajudá-la. Contudo isso foi há 25 anos, quando eu estava começando minha carreira como psicoterapeuta. Senti a franqueza de seu pedido me atravessar como uma flecha. Não tive resposta. Não me culpei. Passara dois anos devorando todas as teorias correntes sobre a prática da psicoterapêutica. No entanto, quanto mais informações eu digeria, maior a minha insatisfação. As teorias pareciam distantes da experiência real que alguém teria se estivesse em apuros e precisasse de ajuda. Meus instintos me diziam que eu não havia aprendido uma maneira direta de responder aos pedidos de uma paciente como Roberta.
  Pensei na possibilidade de que essa habilidade não seria descrita num livro; talvez só pudesse ser aprendida em conversas cara a cara com alguém que tivesse passado por isso. Eu havia desenvolvido laços estreitos com dois de meus supervisores – além de me conhecerem bem, tinham muitas décadas de experiência clínica. Certamente deveriam ter desenvolvido alguma maneira de atender a esse tipo de solicitação. Descrevi-lhes a exigência de Roberta. Suas respostas confirmaram meus piores medos. Não tinham solução. E o que era pior, o que me parecia um pedido razoável era visto por eles como parte do problema dela. Usaram diversos termos clínicos: Roberta era “impulsiva”, “resistente” e “ansiava por satisfação imediata”. Se eu tentasse atender suas necessidades imediatas, alertou, ela se tornaria na verdade mais exigente. Unanimemente, me aconselharam a guiá-la de volta à sua infância – lá encontraríamos a causa original da obsessão. Eu lhes disse que ela já sabia por que era obsessiva.   A resposta deles foi que o abandono pelo pai não poderia ser a verdadeirarazão. “Você tem de ir ainda mais fundona infância dela.” Eu estava cansado dessa embromação. Já ouvira tudo isso antes – toda vez que um paciente fazia um pedido direto, o terapeuta rebatia, dizendo ao paciente para “ir mais fundo”. Era um jogo que usavam para esconder a verdade: em se tratando de ajuda imediata, esses terapeutas tinham muito pouco a oferecer a seus pacientes. Além de estar decepcionado, eu tinha a péssima sensação de que eles estavam falando por toda a categoria – certamente nunca ouvira ninguém dizer algo diferente. Não sabia a quem recorrer. Então a sorte me sorriu. Um amigo me disse que conhecera um psiquiatra que discordava do sistema tanto quanto eu. “Esse cara responde de fato às suas perguntas, e eu garanto que você nunca ouviu essas respostas antes.” 
  Ele estava apresentando uma série de seminários, e decidi assistir ao seguinte. Foi então que conheci o dr. Phil Stutz, o coautor deste livro.
  Aquele seminário mudou minha prática profissional – e minha vida.
  Tudo na maneira como Phil pensava me pareceu completamente novo. E o mais importante: meus instintos me diziam que era a verdade. Ele era o primeiro psicoterapeuta que conheci cujo foco era a solução, não o problema. Tinha absoluta confiança em que seres humanos possuem forças inexploradas que lhes permitem resolver seus próprios problemas. Na verdade, sua visão dos problemas era oposta à que me fora ensinada. Ele não os via como um obstáculo para o paciente, mas sim como oportunidades de entrar nesse mundo de potencial inexplorado. A princípio, eu estava cético. Já ouvira falar em transformar problemas em oportunidades, mas ninguém jamais apresentara um método para fazê-lo. Com Phil, tudo era claro e concreto. Era preciso explorar recursos latentes por meio de certas técnicas poderosas, porém simples, que qualquer um pudesse utilizar. Chamou essas técnicas de “o Método”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário